11 março 2007

O CASAMENTO DOS DOIDO


Meu primo doido contou
que tem um doido casado
com uma prima dele, doida,
fia de um véio adoidado
E os dois numa maluquice
inventaro uma doidice
mais antes de endoidecer
o doido foi se adoidando
e a doida tá esperando
um doido novo nascer.

A famia toda é doida
Doida avó, doido o avô.
Um doido, dixe outo doido
que outo doido contou,
que um doido morreu de doido
que outo doido matou.

Eu mermo sou meio doido
tão doido que me confundo
Lá in casa tudo é doido
doido Zé, doido Raimundo.
Doido branco, doido preto
doido limpo, doido imundo
Dois doido tomando banho
Um no raso, outo no fundo
Quem não for doido bem doido
endoidece num segundo
Não conheço doido certo
nem mermo doido profundo
Tem doido que é tão doido
que de doido, é vagabundo.
Doido de hoje e de onte
num tem mais doido que conte
os doido que tem no mundo.

Esse doido que casou
com essa doida também
diz que é doido por a doida,
que a doida é quem lhe qué bem
Doido ele, doida ela
doido vai e doido vem
que é doido e não tem juízo
que a doida também num tem
que a doidice é dele e dela
e ele num troca ela
pela doida de ninguém.

Quando a doida beija o doido,
o doido acende o estrovo
A doida convida o doido
p’ra sair do meio do povo
O doido sente um cansaço,
a doida manera o passo,
passa a mão no espinhaço
Toda noite, é um abraço
Todo ano, um doido novo.

(Pedro Bandeira)
Bacharelado em Direito, Poeta e Repentista

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