25 outubro 2009

Menino e Moço




Tombou da haste a flor da minha infancia alada,
Murchou na jarra de oiro o pudico jasmim:
Voou aos altos céus Sta Aguia, linda fada,
Que d'antes estendia as azas sobre mim.

Julguei que fosse eterna a luz d'essa alvorada,
E que era sempre dia, e nunca tinha fim
Essa vizão de luar que vivia encantada,
N'um castello de prata embutido a marfim!

Mas, hoje, as aguias de oiro, aguias da minha infancia,
Que me enchiam de lua o coração, outrora,
Partiram e no céu evolam-se, a distancia!

Debalde clamo e choro, erguendo aos céus meus ais:
Voltam na aza do vento os ais que a alma chora;
Ellas, porém, Senhor! ellas não voltam mais...

António Nobre, in 'Só'

6 comentários:

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDO AMIGO, UMA BOA SEMANA, GOSTEI DA POSTAGEM...!
ABRAÇOS DE CARINHO,
FERNANDINHA

Sofia Carvalho disse...

António Nobre! GRANDE! gosto muito do livro de poemas dele: só:)
Fica aqui a dica
Beijinhos;)

Paula Barros disse...

Lembranças, saudades, momentos, tudo guardadinho na memória. E vamos lembrando, sem recuperar nada do que se passou.
Mas vamos criando novos momentos para lembrar e para ficarmos nas lembranças.

abraços com carinho, boa semana!

Fragmentos de Elliana Alves disse...

bommmmmmmmmmmm diaaaaaaaaaaa!!!
Elliana Alves
Viver eternamente

O amor pode fazer uma poesia transformar-se em um grande poema e este amor poderá tocar o universo e viver eternamente em forma de versos.

Fragmentos de Elliana Alves disse...

bommmmmmmmmmmm diaaaaaaaaaaa!!!
Elliana Alves
Viver eternamente

O amor pode fazer uma poesia transformar-se em um grande poema e este amor poderá tocar o universo e viver eternamente em forma de versos.

Telmo disse...

Belo poema de Antonio Nobre, bem escolhido, boa semana, abraço..

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