12 março 2007

Mais Urtigas...

Hoje no telejornal da RPT1, passou um pequeno decomentário sobre as novas tendências agrícolas, desta velha Europa, e como algumas empresas agrícolas, se estavam convertendo à agricultura biológica e falaram sobre o que se planta neste jardim, não na linguagem do simbolismo, mas sobre as verdadeiras urtigas, assim eu volto às urtigas do post colocado anteriormente. Em Portugal e em Trás-os-Montes fazem uma sopa de Urtigas e a bem verdade, terei que dizer que até tem fama, de saborosa e afrodisíaca, ora siga os links para saber como preparar, algum prato totalmente vegetariano.
http://www.gastronomias.com/afrodisiacas/afro044.htm

e em
http://www.novaguarda.pt/121103/e_rot14.htm está escrito o seguinte texto que escrevo na integra.

«Contrariamente à ideia pré concebida das pessoas que vêem na urtiga apenas uma planta selvagem, Manuel Paraíso contrapõe: "Será porventura a sopa mais antiga que aqui está, só que é um legume que entrou em desuso, mas continua a ser a planta das mil virtudes". "É não só utilizada na culinária, como também na cosmética e no fabrico de tecidos", disse o cozinheiro que quis com esta sopa "revitalizar a urtiga enquanto legume".»

Mais um pouco sobre as Urtigas cá do Jardim.
Sob qualquer das numerosas denominações populares, a urtiga (Urtica dioica) estende-se praticamente por toda a Terra. Encontra-se em sebes, sarças e nos bosques. Colhem-se as folhas uma a uma, recomendando-se o emprego de luvas. Nos talos grandes podem arrancar-se conjuntamente te as folhas, arrancando-as até abaixo, mas tendo o cuidado de não incluir nenhuma inflorescência. As folhas que se põem a secarem (levem ser viradas com frequência, facilitando-se assim a sua secagem. Podem tornar-se um pouco escuras, mas não devem ficar negras riem quebradiças. Guardar-se em caixas de papelão ou em latas, verificando o seu estado com frequência.
Composição e Propriedades -- Os elementos activos conhecidos até agora são: ferro, clorofila, lecitina, tanino, ou glicósido ainda não identificado, uma secretina semelhante à do espinafre, ácido fórmico, mucina, cera, caroteno, vitamina A e numerosos minerais, especialmente cálcio, ácido salícico, magnésio e manganês. Segundo F. Fluri o ardor é devido a uma substância análoga ao ácido resinoso e não a um corpo albuminoso.
A urtiga produz um efeito diurético parecido com o do chá preto, embora inferior.
A secretina atua como excitante do estômago, do intestino, do pâncreas e da vesícula. Com o aumento das secreções dos sucos digestivos efetua-se simultaneamente uma excitação do movimento intestinal.
O teor da urtiga em compostos orgânicos de ferro e em clorofila capacita-a para incitar a renovação do sangue, aumentando a hemoglobina e os glóbulos vermelhos. A eficácia é análoga à do sumo de espinafres.
Tal como acontece com as folhas de arando, também a urtiga influi favoravelmente no metabolismo do açúcar nos diabéticos, que podem poupar injecções de insulina mediante este específico natural. Naturalmente, o efeito deve ser controlado por um médico, em cada caso.
Também parece comprovarem-se propriedades anti-hemorrágicas, devidas provavelmente à presença de tanino.
O efeito adstringente das urtigas faz-se notar numa série de doenças disentéricas. Mas, em contrapartida, podem facilmente constituir um laxante, de modo que se torna lícito falar da sua capacidade como elemento normalizador do intestino.
Consegue-se uma forte circulação do sangue pela pele e pelas regiões orgânicas internas golpeando o corpo com urtigas (a «urticação» dos antigos). Este aumento da circulação actua favoravelmente nos mais diversos processos reumáticos, musculares e arteriais.
Aplicações Como Planta Medicinal -- A infusão de urtigas obtida fazendo cozer durante cinco minutos folhas trituradas com 200 ml de água, que se beberá três vezes por dia, é indicada nas cólicas nefríticas com expulsão de areia e cálculos, falhas cardíacas com congestão, inflamação renal, icterícia, cólica intestinal, espasmos gástricos, catarros gastrintestinais e pobreza de sangue (anemia). Deve preferir-se o suco cru nos casos de hematúria, escarros sanguíneos, hematêmeses, regras excessivas e muito freqüentes, e hemorragias hemorroidais, consultando sempre o médico. Nas doenças metabólicas, como a diabetes, serve de reforço, e no reumatismo ou gota serve de remédio de uso externo (urticação).
Emprego Como Salada -- As urtigas não só têm sabor como os espinafres, como também se preparam da mesma maneira. Mas, na medida do possível, só devemos empregar folhas e rebentos tenros. Como há abundância por toda a parte, temos de ser exigentes. Podem misturar-se também com acelgas ou espinafres, conseguindo-se assim diferentes sabores. Cozem-se primeiramente as folhas inteiras em água com sal até que fiquem brandas; seguidamente, esmagam-se e cortam-se aos pedacinhos. Prepara-se depois farinha torrada e manteiga, a que se adicionam cebolas picadas muito finas e as urtigas, com adição de leite e água. Tudo isto vai ao fogo durante quinze minutos. Quem preferir renunciar à farinha torrada, tem de misturar as verduras acrescentando batatas raladas, cruas.
Procede-se da mesma maneira para preparar a sopa de urtigas. Cozem-se folhas tenras de urtigas, em água salgada até as amolecer; cortam-se depois em pequenos pedaços; engrossam-se com manteiga, molham-se com água quente e engrossam-se novamente com farinha, e cozem-se definitivamente, depois de acrescentar borragem, endro e pedaços de batatas.
Salada de urtigas: as folhas e os talos tenros podem apresentar-se muito bem como salada; acrescentam-se em partes iguais dentes-de-leão, azedas e mil-em-rama, obtendo-se uma salada de grande capacidade como meio depurador do sangue.
As folhas da urtiga não contêm grande força nem sabor de especiaria; empregam-se, porém, como condimento pelo seu efeito excitante sobre as glândulas dos órgãos digestivos, cortando-as em pequenos pedaços para saladas, pratos vegetais silvestres, sopas de legumes, purés de batatas, quando não se quiser consumi-ias como alimento principal de salada ou guisados de legumes.
Outras Aplicações -- É muito conhecido o excelente efeito das tinturas de urtigas contra a caspa e a queda do cabelo. Prepara-se a tintura da seguinte maneira: coze-se um litro de água com meio litro de vinagre e 250 g de raízes de urtiga, finamente picadas, durante meia hora. Seguidamente, filtra-se o líquido. Com esta tintura lava-se a cabeça uma vez por semanal esfregando-se depois com azeite de oliveira puro.
As urtigas servem de matéria prévia barata para a obtenção industrial de clorofila com objectivos farmacêuticos e para a coloração de conservas.
Para terminar tenho a informar que existe uma empresa em Portugal, que está ganhando bom dinheiro, com as “picantes” urtigas. Vou dizer á patroa para me fazer uma sopa de urtigas, e não me mandar ás mesmas.

Sem comentários:

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin